Complicações
O objetivo da cirurgia é atingir a forma e função desejadas sem complicações. Isto é o que acontece na grande maioria dos casos. Entretanto, complicações são possíveis, não importando o porte do procedimento. Apesar da constante observância dos procedimentos de segurança e da utilização da técnica mais precisa e cuidadosa por parte da equipe médica, o Cirurgião Plástico "trabalha" com tecidos vivos que podem responder de maneira diferente às intervenções.
O cirurgião opera para modificar os tecidos humanos para uma forma mais favorável, mas é seu corpo que deve cicatrizar a si próprio. Nesta situação, ocasionalmente complicações inesperadas podem ocorrer, tornando mais lenta a cicatrização ou produzindo cicatrizes diferentes das ideais, necessitando de novas intervenções cirúrgicas. Caso isso ocorra, pode haver custos de hospitalização e/ou medicamentos que serão responsabilidade do paciente.
Complicações cirúrgicas incluem:
-Sangramento: Independentemente do porte do procedimento, o sangramento além do esperado é uma possibilidade. Mais comum nas primeiras 48-72horas (mas podendo ocorrer além disso), pode ser evitado não ingerindo-se medicações que contenham ácido acetil-salicílico ou ibuprofeno 10 dias antes da cirurgia, assim como remédios à base de ervas(consulte seu médico se for seu caso) e tendo-se cuidados especiais de restrição à atividade física e exposição ao sol ou calor. O sangramento pode levar à nova cirurgia para drenagem de hematoma, com geração de custo hospitalar extra.
-Infecção: também possível, ainda que pouco frequente, em qualquer cirurgia. Pode necessitar de tratamento com antibióticos, ambulatorialmente ou com internação hospitalar. No caso de ocorrer com o uso de implantes, pode levar a retirada do mesmo, para que seja debelada a infecção e, algum tempo após, recolocada a prótese.
-Cicatrização inadequada: Toda a vez em que a pele é cortada, cura com formação de cicatriz. A cicatrização inadequada (hipertrofia, alargamento, formação de quelóide) é possível em qualquer situação em que houve corte da pele. É importante que seja notado que as cicatrizes tem tempo próprio para maturação (até 24 meses), sendo inicialmente avermelhadas e nodulares ao toque, e que com o passar do tempo, na maioria das vezes, vão tornando-se menos perceptíveis ao toque e com coloração mais pálida. Toda vez que uma cirurgia é feita, restam cicatrizes, algumas vezes com aspecto menos agradável, podendo necessitar de revisão cirúrgica.
-Diminuição ou aumento da sensibilidade: Dependendo do procedimento, podem ser permanentes. Na maioria dos casos, entretanto, é provisória, normalizando-se alguns meses após a cirurgia.
-Alteração motora: Pouco frequente e, quando ocorre, normalmente evolui para a resolução completa. Pode acontecer em procedimentos que são realizados muito próximos a nervos motores, como no facelift. Raramente é permanente.
-Necrose de pele: Também pouco frequente, é uma possibilidade maior em pacientes fumantes, em algumas cirurgias. Porisso solicita-se a suspensão completa do uso do cigarro antes e depois da cirurgia.
-Necessidade de cirurgias revisionais: Pode ser necessária cirurgia adicional para melhorar algum aspecto do resultado, após a completa estabilização do mesmo, o que ocorre alguns meses após, dependendo do procedimento.
-Resultado aquém do esperado: Muitos fatores podem afetar o desfecho da cirurgia, apesar do esforço constante da equipe médica e da aplicação da técnica correta para corrigir o defeito e proporcionar condições ideais de cicatrização. Por exemplo, exposição solar pode gerar novas lesões de pele ou hiperpigmentar cicatrizes, assim como levar à perda de resultado mais rápida da plástica da face. Aumento de peso pode levar à perda de resultado na lipoaspiração. Flutuações de peso podem levar à flacidez de pele, formação de rugas e estrias.
É importante ter expectativas realistas em relação aos resultados possíveis na cirurgia. Normalmente, podemos obter melhora significativa, o que faz a cirurgia valer a pena. Contudo, não se podem garantir resultados.
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